quarta-feira, 30 de julho de 2008

Um amigo a menos

Só pensava: "Meu amigo morreu".
Quando dava a notícia a quem não o conhecia, mas havia escutado registros dos nossos ensaios, falava:
"Meu baterista morreu".
Então me perguntaram:
"E agora?"
O primeiro pensamento foi que tinha acabado.
Mas vieram outras perguntas.
"E o show?"
"Conhece algum outro batera?"
E mais de uma pessoa disse conhecer um cara que tocava, que tinha alguém pelo menos pro show marcado, e coisa e tal.
Não gostei. O cara era parceiro, não achei certo o clima de "bola pra frente" e ir logo pensando em como ia substitui-lo na banda.
As perguntas continuaram.
Podia me confortar com um pensamento tipo: "Se ele estivesse aqui, gostaria que continuássemos".
Só que, de fato, ele não está aqui e nunca irei saber o que ele realmente gostaria.
E as perguntas continuaram.
Percebi algo: a preocupação com a banda, acima da preocupação com os músicos.
Não importa mais se sou eu, o Léo, qualquer outro. Pra gente era diversão, pra quem ouvia era música - e a música não se resume apenas aos músicos.
A gente mal começou. Vamos acertar as coisas, lamber as feridas e continuar. Pela música, porque ele tinha alma de músico.
O Léo vai fazer muita falta.

- Alexandre Primo

3 comentários:

Paula disse...

Poxa, eu convivi tão pouco com o Léo. Ele era uma cara muito bacana, sempre me tratou com tanto carinho... gostava dele.
Mas desde a notícia de segunda eu não tinha chorado por isso. Não havia tido vontade, até ler o que vocês escreveram sobre ele.
É, sem dúvidas ele vai fazer falta. Vai ser sempre parte fundamental da história da banda, como cada um de vocês são.
Também achei que não fariam o show, mas pensando bem, acho que é a mais bonita das homenagens que poderiam fazer a ele. Onde quer que o léo esteja vai gostar de ver e ouvir vocês tocarem e concretizarem esse sonho que também era dele.

Unknown disse...

Não consigo parar de pensar no dia em que apareci na casa do Beck com o Leo pra gente montar uma Banda, no começo a Dose Letal era "cinco contra Uma"...ser a baixista da banda era uma emoção muito legal! Eu e Leo arrumávamos a cozinha, de um jeito muito simples, mas com vontade e emoção...e tocar com três gitarristas e um gaitista era o máximo!!!
Lembro do que senti quando escutei nossa primeira gravação...UAU!!! Fizemos o maior som!! rs...uma pena ter que sair...coisas da vida...que me deixaram saudade, saudade de todos vocês. Naquela época eu não me sentia muito bem em tocar Blues e ficava querendo algo mais alegre...nunca conseguíamos chegar em um acordo sobre o nome da Banda...eu detestava todos...rs..eram sempre mórbidos..rs...meu Baixo acabou voltando para a Banda...só que em outras mãos...fico feliz que tenha sido assim, instrumentos têm alma e precisam ser tocados...e esse...têm alma Blue.
Espero que a Banda coloque outras mãos na bateria...e que continue sim.
O Leo não pode ser substituído, mas eu não acho que eu tenha sido substituída, apenas as coisas mudaram, evoluíram e foram de encontro a proposta verdadeira da Banda.
O Leo também precisou sair da Banda por um motivo mais sério e triste, mas fez parte da história dela...como eu da pré-história...e eu acredito que nós dois torceremos pelo sucesso de vocês.
Tive sorte de ter muitos momentos felizes com Leo...às vezes chamava ele de Leleo...rs..mas o mais marcante foi quando ele colou todos os pedaços de um coral que dei, partido em muitos pedaços, para ele; ele colou o coral e o meu coração também... por isso hoje, apesar de estar sentindo minha alma Blue...em homenagem a ele, não permitirei que a dor da perda física...que a saudade, parta outra vez o meu coração.
Vamos tocando a vida...

Maria Ricardo disse...

Meu coração bate acelerado ....
Lágrimas acabaram de rolar pelo meu rosto...
E de certa forma tudo ganhou mais sentido ...
Vi o Léo acho que duas ou três vezes ,e percebi que ele era intenso na vida...
Conforto a todos os seus.